Empresários desaprovam ida do Espaço Gourmet para a Praça de Eventos

Barracas serão transferidas depois do Carnaval

Praça de Eventos, orla de Maragogi (Fotos: Maragogi News). 

O denominado Espaço Gourmet, um pequeno emaranhado de barracas dessemelhadas, tomará conta da Praça de Eventos, orla marítima de Maragogi, logo após o Carnaval. Até o momento, as barracas ocupam uma área de propriedade privada ao lado da Praça Guedes de Miranda, centro da cidade. 

O empresário Sales dos Santos, que tem uma empresa de mergulho que opera nas piscinas naturais, já se mostra radicalmente contra. Segundo ele, o volume do som dos shows ali realizados pelo menos durante três dias na semana é apenas um dos problemas. “O lugar tem uma estrutura horrível. Barracas feias, desorganizadas, que parecem taperas”, detona Sales. A sujeira e a bagunça também o incomodam bastante. “Pessoas vão jogar restos de comida e latinhas de bebida na praia. Outro problema grave é o mau cheiro. Vão fazer a praia de sanitário. Não haverá controle de resíduo, não haverá controle de nada.”

Os proprietários das barracas participaram, nessa quinta-feira, 14, de uma reunião promovida pela prefeitura de Maragogi, no auditório da Secretaria Municipal de Educação, cujo objetivo foi discutir a regularização da ocupação do novo espaço.

“O recadastramento terá início no dia 18 deste mês, seguindo até 01 de março. Aqueles que não preencherem os requisitos terão sua autorização cancelada”, explicou o procurador-geral do município, Wagner Lira.

Para Sales, a cidade não merece isso no seu maior cartão postal. “A prefeitura tem outras áreas que poderiam abrigar esse espaço”, diz Sales. Que confessa já ter tido outros problemas na Praça de Eventos, quando ali existia um palco (embaixo, havia um espaço que funcionava como camarim). Conforme ele, as pessoas arrombavam, utilizavam, a prefeitura não fazia manutenção e ele era obrigado a pagar um menino para fazer a faxina do local. “Pra tirar preservativos usados, fezes, e um monte de coisas. Era um ambiente nojento, fétido”, queixa-se o empresário, que ainda chama a atenção para o fato de os banheiros públicos estarem quebrados, desativados, até com problema de vazamento externo de água, um notório desperdício.

O empresário sugere a realização de uma audiência pública, para que a população possa decidir o destino do espaço em referência.

Outra empresária que expressa descontentamento é Raquel Novoliso, dona de uma pousada em frente à Praça de Eventos. Ela revela estar bastante apreensiva. “Em primeiro lugar, a música. A gente percebe que são alguns dias na semana, sem limite de som, o que já me incomoda muito. As pessoas não aprendem a respeitar o outro. Em segundo lugar, vai tapar a nossa vista. Será visualmente prejudicial para os nativos e para os turistas.”
 
Outros fatores ela compartilha com Sales. “Onde essas pessoas vão lavar pratos, talheres, que banheiro vai ser usado? Todo esse problema de infraestrutura que ninguém fala... O tempo que vão ficar, ninguém determinou o tempo que vão passar aqui”, preocupa-se Raquel. E desabafa: “As barracas que estão lá naquele espaço são horríveis, você passa durante o dia, olha e se depara com aquela coisa horrorosa. Estão mal colocadas, são feias, cada uma de um jeito, cada um faz um arranjo, um puxadinho, do jeito que quer, é um desastre total, visualmente é horrível.”
 
Para finalizar, a empresária diz que essa transferência tem que ser muito bem pensada, “tem que ter muito cuidado em colocar essas pessoas aqui”. E faz uma crítica: “As coisas estão sendo feitas de qualquer forma, é só a gente parar um pouquinho pra ver.”

Barracas do Espaço Gourmet. 

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